quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Distância Transaccional

O conceito de distância transaccional foi introduzida por Moore em 1980, com a finalidade de evenciar até que ponto diálogo e a estrutura podiam interferir no envolvimento dos estudantes em cursos de educação a distância. Sendo assim um maior diálogo entre professor e aluno, conduziria a uma menor distância transaccional, e uma maior estrutura aplicada pelo professor implicaria uma maior distância transaccional implicando desta forma um menor controlo do estudante sobre a sua aprendizagem. Moore e Kearsley (1996), introduziram à distância transaccional, um terceiro factor, a autonomia do estudante, com a finalidade de melhor compreender o seu relacionamento e controlo, na educação a distância. Sendo assim, parece existir uma relação entre diálogo, estrutura e autonomia do aluno, pois quanto maior a estrutura e menor o diálogo num programa, maior autonomia o aluno terá de exercer." Ou seja quanto maior a distância transacional, mais o aluno terá de exercer esta autonomia. Por seu turno, Saba e Shearer (1994), apresentaram um modelo sistémico e mostraram uma relação inversa entre diálogo e estrutura. Assim para estes autores, em qualquer actividade educacional quanto maior for a estrutura, menor é o diálogo e vice versa. Neste conceito está implicito que quanto maior é o diálogo entre os alunos e professores, menos estrutura tem o programa e quanto maior for a estrutura, maior controlo exerce o professor sobre o programa, usando para o efeito elementos como recursos de aprendizagem, avaliações, trabalhos teoricos e práticos, trabalhos em grupo, exercícios e apresentações etc., tendo os alunos nestas circunstâncias menos oportunidade para o diálogo. Sendo assim, à medida que o professor aumenta o controlo (através de uma acção indirecta) do estudante sobre a sua actividade e incrementado o diálogo entre aluno (quando o aluno tem uma participação activa) e professor, a distância transacional diminui. O mais importante neste relacionamento, professor/aluno, reside na quantidade e qualidade da sua interacção. Tanto o diálogo como a estrutura e a autonomia, têm a sua importância na estruturação de um curso de Educação a Distância. No entanto um dos objectivos mais importantes a ter em conta é o de procurar o seu equilíbrio .Quanto ao conceito de autonomia, Garrison e Baynton (1987) exploraram o conceito de autonomia do estudante. Um curso com uma estrutura forte, e pouca interacção propicia, não obrigatoriamente, que um aluno pelo facto de estudar sozinho, tenha uma maior autonomia, ao mesmo tempo que um curso com estrutura fraca e diálogo forte pode criar dependência deste em relação aos colegas. Assim “aumentos em estrutura podem nem sempre significar perda de autonomia”. (Garrison e Baynton, 1997)

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